A fumaça, esse enigma flutuante, possui um poder sobre nosso olhar. Quando vem de cigarros, incensos, brasas ou charutos, ou até mesmo quando surge sem uma origem definida, ela tem o dom de acender nossa imaginação e nos levar por caminhos desconhecidos. Desenhando no ar, cria formas etéreas que brotam de pontos imprecisos: um mistério que envolve em um véu sedutor.
Olhar para a fumaça é penetrar em um mundo onde o efêmero e o misterioso se encontram. É como se cada espiral da fumaça carregasse consigo segredos, com narrativas que as mentes fervilhante podem decifrar. Seus delicados fios dançam, entrelaçando-se enquanto a nossa imaginação os acompanha, na tentativa de entender o que eles querem nos dizer.
Nesse intrincado jogo de luz e sombra, as fotografias ganham vida em histórias de fugacidade, revelando padrões sinuosos e metamórficos, num labirinto visual que se desdobra diante de nossos olhos. Cada cena é uma janela para um universo desconhecido, onde o tempo se suspende e somos convidados a ficar suspensos também.
Ao nos depararmos com essas imagens, somos transportados para além do plano físico. A fumaça pode provocar emoções sutis e complexas. Cada imagem é um convite para adentrar um mundo de sensações e sentimentos, um portal para a introspecção e a reflexão.
No entanto, essa captura é um desafio para o fotógrafo. É preciso estar alerta, a fumaça é caprichosa e imprevisível, exige uma habilidade sutil e uma conexão profunda com a câmera. É um jogo de paciência entre o olhar atento e o disparo preciso, para que cada fotografia seja uma obra-prima do instante que foge. A luz, aqui, molda a fumaça e revela seus contornos e nuances. A iluminação lateral, suave, destaca cada traço, enquanto sombras sutis conferem profundidade e mistério à cena.
E quando o clique da câmera cessa, inicia-se uma nova etapa de magia. Na pós-produção, se desvenda um mundo de possibilidades. Ajustes delicados, cores aprimoradas, texturas ressaltadas. É técnica e é intuição, e isso exige uma habilidade imensa.
Ao longo da história, a fumaça tem sido uma presença constante nas artes e nas culturas ao redor do mundo. Em rituais ancestrais, representa conexão com o divino, transformação e mistério. Dos incensos sagrados aos ritos de purificação, a fumaça permeia a imaginação coletiva.
A cada clique, somos convidados a explorar o mundo da fumaça na fotografia, abrindo janelas para interações invisíveis. É um mergulho na poesia visual, um convite para transcender o cotidiano e descobrir a beleza escondida na brevidade.
Escrito por Angela Rosana, saiba mais sobre mim aqui.
Os créditos aos fotógrafos constam nas imagens, com links para os respectivos perfis no Instagram. Conheça mais o trabalho de cada um!
Se você gostou desse artigo, deixe sua avaliação ao final da página!
Leia outros artigos aqui
Visite nosso Instagram
Publicação no Instagram em 2023
Comments