Desde tempos remotos, a arte visual tem sido capaz de explorar a beleza que nos cerca. A fotografia gastronômica, com sua capacidade de demonstrar a natureza e o apetite dos alimentos, compartilha uma conexão intrigante com uma forma de arte do século XVII: as naturezas-mortas.
Vamos viajar por essa relação, através das semelhanças entre as meticulosas pinturas dos mestres holandeses e a prática contemporânea do food styling e da fotografia gastronômica.
As naturezas-mortas, também conhecidas como still lifes, foram imensamente populares durante a Idade de Ouro da Pintura Holandesa. Essas pinturas detalhadas retratavam arranjos de objetos inanimados, incluindo alimentos, flores, utensílios domésticos e outros elementos cotidianos. Os mestres pintores holandeses dedicaram-se a criar composições equilibradas e visualmente atraentes, exibindo seu domínio técnico e olhar minucioso.
Além de sua beleza estética, essas pinturas tinham um simbolismo intrigante. Os alimentos retratados, como frutas exóticas e flores exuberantes, eram considerados símbolos de riqueza e prosperidade. Essas pinturas também abordavam a temática da transitoriedade e da vaidade, ao retratar alimentos que poderiam apodrecer e perder sua beleza ao longo do tempo, lembrando-nos da fugacidade da vida.
Há uma conexão entre a história e a fotografia gastronômica contemporânea e isto é realmente interessante. Assim como os pintores do século XVII, os fotógrafos gastronômicos de hoje em dia também buscam capturar a beleza e o sabor da comida, porém vão muito além usando conhecimentos fotográficos, técnicas de iluminação e composição e tratam as imagens na pós produção para obterem os melhores resultados.
O food styling, por exemplo, assemelha-se à meticulosidade empregada pelos pintores na composição dos arranjos. Os food stylists, em colaboração com os fotógrafos (que muitas vezes desempenhas ambas as funções) selecionam cuidadosamente ingredientes, montam os pratos artisticamente e ajustam a iluminação para criar uma apresentação visualmente atraente. Assim como os mestres pintores, eles buscam transmitir a substância visual dos alimentos, tornando-os apetitosos e convidativos para os espectadores.
Da mesma forma, a fotografia gastronômica moderna compartilha o simbolismo das naturezas-mortas, ao transmitir status, prazer e a fugacidade da vida por meio da representação de alimentos frescos e suculentos. Os fotógrafos de alimentos produzem imagens que despertam o apetite, apresentando fotografias de pratos elaborados e ingredientes isolados com uma atenção impressionante aos detalhes.
A conexão entre a arte de séculos atrás e a prática contemporânea do food styling e da fotografia gastronômica é uma emocionante viagem através do tempo. Essas formas de arte, separadas pelos anos, compartilham uma busca pela beleza e pela voracidade sensorial na representação atraente dos alimentos.
A inspiração dos mestres pintores holandeses vive na prática atual dos fotógrafos gastronômicos, que continuam a encantar o mundo com imagens que transcendem o tempo e despertam o desejo de explorar a arte e a gastronomia. Ao olhar para trás e conectar esses pontos históricos, somos lembrados de que a criatividade e a expressão artística atravessam gerações, mantendo-se como uma parte essencial da experiência humana.
Escrito por Angela Rosana, saiba mais sobre mim aqui.
Os créditos aos fotógrafos constam nas imagens, com links para os respectivos perfis no Instagram.
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Publicação no Instagram em 03/07/2023
Feliz demais em ter uma foto minha para compor esse artigo incrível sobre a fotografia gastronômica! Adorei o conteúdo, super completo e delicioso de ler (: