A arte da fotografia pode ir muito além de um mero clique; ela provocar reflexões e debates sobre questões sociais relevantes. É nesse contexto que emerge a inspiradora história de Clara Larchete, uma talentosa garota de 10 anos que, por meio da fotografia, recria imagens de mulheres negras que deixaram sua marca na história.
Clarinha, como é mais conhecida, já é uma estrela em ascensão, conquistando quase 30 mil seguidores em seu perfil no Instagram. Esse projeto surgiu como resposta ao racismo vivido pela menina, e sua mãe, Daiane Larchete, viu na arte uma poderosa ferramenta para ensinar sobre negritude, orgulho das raízes e a importância da representatividade.
Desde julho de 2020, o projeto tem ganhado destaque, proporcionando releituras fotográficas que não apenas homenageiam mulheres negras icônicas, como Maju Coutinho, Djamila Ribeiro e Michele Obama, mas também resgatam figuras históricas esquecidas, como Tereza de Benguela, líder quilombola do Quilombo do Quariterê.
Clara inspirada em Maju Coutinho, Djamila Ribeiro e Eunice Kathleen Waymon
A fotografia, como forma de arte, também aqui ultrapassa o simples registro visual. Através do olhar da sua mãe, Clara se torna uma voz na luta contra o racismo e uma inspiração para meninas negras, evidenciando a força transformadora da arte.
Ao longo da história, a manifestação artística tem desempenhado papel fundamental na transformação da sociedade. A fotografia, em especial, vai além do registro objetivo, carregando consigo uma narrativa subjetiva e interpretativa. Por meio das fotos de Clara, somos convidados a revisitar a história e redescobrir mulheres negras que foram pilares na construção da sociedade.
A beleza do trabalho de Clarinha reside na originalidade e no inusitado de suas releituras. Suas fotografias são mais do que meras cópias; elas expressam identidade, amor às raízes e uma mensagem de esperança.
O projeto de Clara e Daiane Larchete é um exemplo notável de como a fotografia pode promover debates relevantes, por meio das redes sociais, elas não só disseminam imagens, mas também conhecimento e conscientização.
A importância da representatividade na infância é indiscutível, pois nessa fase moldamos nossa percepção sobre nós mesmos e sobre o mundo. Ela se torna o fio condutor para essas meninas e as conecta com suas raízes culturais, mostrando-lhes que também podem ser protagonistas capazes de deixar uma marca indelével na história. Ao enxergar nas fotografias de Clara mulheres negras desempenhando papéis de destaque como jornalistas, ativistas, políticas, escritoras, atletas, astronautas, filósofas e artistas, um horizonte de possibilidades profissionais se abre para as meninas que se identificam com sua obra.
A trajetória de Clara Larchete é uma fonte inesgotável de inspiração. Sua arte transcende barreiras e gerações, mostrando que a fotografia, aliada a mensagens de inclusão e amor-próprio, pode construir uma sociedade mais justa e humana. Clara Larchete nos convida a refletir sobre o mundo e enxergar a beleza e força da diversidade. Sua fotografia não é apenas uma arte, mas uma luz que ilumina caminhos e corações. Que a chama incandescente de Clara continue acesa, inspirando olhares atentos e empáticos para questões que nos unem como seres humanos em busca de um mundo melhor. Viva O Clique de Clara Larchete e sua poderosa mensagem!
Escrito por Angela Rosana, saiba mais sobre mim aqui.
Os créditos de autoria da primeira e última fotografia são de Wolas Fotografia (menção nas fotos).
As demais fotografias são de Daiane Vieira Braz da Silva, mãe de Clara.
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Publicação no Instagram em agosto de 2023
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